Gestora de Venture Capital amplia atuação em investimentos voltados à inovação em economia verde e sustentabilidade em parceria com fundo de fomento e investimento. Novo fundo já tem cotistas como a Tridon Participações e os investidores Denis e Ilana Minev, do Grupo Bemol
Em uma iniciativa pioneira no universo do Venture Capital brasileiro, a KPTL anuncia ao mercado o lançamento de um fundo de investimentos em participações de startups que gerem impacto positivo na área de Floresta e Clima. A iniciativa prevê R$ 200 milhões em aportes em várias startups ao longo dos próximos cinco anos.
O novo fundo da KPTL chega tendo o Fundo Vale como parceiro estratégico e cotistas de peso como a Tridon Participações, family office dos fundadores da Jacto, além dos empresários Denis e Ilana Minev, das Lojas Bemol, e de Marco Riguzzi, empresário da área de embalagens e acionista da Farmaplast. A Resultante, consultoria especializada em ESG, auxilia o fundo na mensuração e estratégia de impacto.
Estão no radar do fundo startups que atuem com tecnologias com potencial para reduzir custos e aumentar eficiência da certificação de créditos de carbono, além de restauração e proteção florestal em larga escala. “O Brasil será protagonista global em inovações para a sustentabilidade. E fomentar novas tecnologias é parte fundamental para ocuparmos este posto”, afirma Paulo Tomazela, sócio e cofundador da KPTL.
A entrada de um parceiro sólido e comprometido com o tema também é um diferencial do Fundo de Floresta e Clima. Em 2021, o Fundo Vale fez ampla seleção de gestores com o objetivo de escolher o parceiro que lançaria o fundo alvo de seu investimento, dando início a um processo em que mais investidores poderiam aderir. A KPTL foi selecionada nesse processo, devido a experiência do Gestor em inovação para o meio ambiente nos investimentos em AgTech, Biotecnologia, IoT (Internet of Things) e Digital.
O gerente do Fundo Vale & Participações, Gustavo Luz, explica a estratégia do Fundo Vale como co-estruturador do Fundo de Floresta e Clima, apoiando no framework de mensuração e avaliação de impacto, na análise de algumas das empresas identificadas e conexão com atores do ecossistema de impacto.
“Ao longo dos investimentos em novos negócios de impacto para a Meta Florestal Vale 2030, percebemos que um dos grandes desafios para a larga escala é destravar gargalos estruturantes para a cadeia como um todo. Com isso, decidimos nos dedicar à estruturação do Fundo Floresta e Clima em parceria com a KPTL com a crença de que ao investir em soluções tecnológicas que tragam respostas para a redução de custo e aumento da eficiência na atuação florestal e na mitigação das mudanças climáticas, gerará valor para o ecossistema como um todo”, explica Luz.
Atualmente o Fundo Vale é responsável pela ideação e coordenação de uma das maiores iniciativas de recuperação de áreas hoje em curso no país, fruto do compromisso voluntário de sua mantenedora, a Vale, de recuperar e proteger 500 mil hectares no Brasil até 2030, conhecido como Meta Florestal Vale 2030.
Segundo Maria Eugenia de Buosi, CEO da Resultante, o fundo já nasceu com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da competitividade dos negócios ligados à floresta e ao clima, com as metas brasileiras em acordos climáticos e com o fortalecimento da cultura empreendedora. “Ao longo de seis meses o grupo trabalhou na construção da Teoria da Mudança do fundo, na criação de uma governança diferenciada, de um fluxo de seleção e de investimento sob critérios e métricas de impacto. Foram estabelecidas métricas de avaliação do próprio fundo, que terá sua performance atrelada não apenas ao desempenho financeiro, mas também ao rating de impacto do Fundo, seguindo metodologia criada sob medida pelo nosso time”, explica Maria Eugenia.
Já o empresário Denis Minev traz as experiências da Fundação Amazonas Sustentável, da AMAZ Aceleradora de Impacto e da gestão do Grupo Bemol, rede de varejo localizada no Norte do Brasil e pioneira na adoção de uma agenda ESG na região. “Florestas são nossa melhor oportunidade de fortalecer o Brasil como grande potência na produção de alimentos e ao mesmo tempo em armazenamento de carbono e inovação em bioeconomia, em preparação para uma reinvenção da economia nacional para o século 21. Nas nossas florestas o Brasil encontra sua oportunidade de redenção e prosperidade sustentável”, acredita Minev.
Perfil das startups.
A tese de investimento do Fundo de Floresta e Clima da KPTL busca startups em diferentes estágios de desenvolvimento, da fase inicial, o chamado pré-seed, passando pelo seed, até a etapa de captação série A. O mapeamento de oportunidades de investimentos será feito pela equipe da KPTL, atualmente com 27 profissionais, em parceria com hubs de inovação, universidades e investidores-anjo de todo o país. “Este é o tipo de startup que muitas vezes não está nos grandes centros, por isso a busca por bons empreendedores acontecerá de maneira distribuída, guiada sempre pelo potencial de impacto positivo que possam gerar”, acrescenta Renato Ramalho, CEO da KPTL.
Já sobre as áreas de atuação, são quatro verticais principais: Florestas, Carbono, Bioeconomia e Economia Regenerativa. Isso significa que podem fazer parte do fundo desde fintechs que estejam desenvolvendo soluções para créditos de carbono até agtechs que atuem com rastreabilidade e melhoramento genético, biofertilizantes e agricultura de precisão.
O Fundo de Floresta e Clima da KPTL tem duração prevista de 10 anos, podendo ser estendido por mais 2 anos. Além da KPTL, atuarão na estruturação do fundo a aceleradora Troposlab e as consultorias Imaflora, com longa trajetória socioambiental, e Resultante, especialista em ESG e Impacto.
Crédito: Paulo Tomazela, sócio da KPTL, e Gustavo Luz, gerente do Fundo Vale & Participações. Foto: Bruna Tassis/Divulgação Fundo Vale