Os representantes estudantis devem criar e apresentar soluções para temas como o uso da energia, economia da água, descarte correto de resíduos, entre outros
A chegada da primavera nos atenta para a beleza da natureza. As frutas enchem os pés, as flores brotam nos jardins e as folhas colorem a cidade. Um ponto muito importante que devemos ter em mente é intensificar os cuidados com o meio ambiente e a natureza durante a estação e, claro, o ano inteiro. Alertar a população da importância desses espaços e de práticas como uso consciente da água, economia de energia, reciclagem e preservação ambiental é cada vez mais urgente.
A relação dos habitantes com as áreas de preservação e a biodiversidade local deve ser incentivada desde cedo, especialmente no DF. Com 4 milhões de árvores plantadas, a cidade detém a média de 120 metros quadrados de área verde por habitante, quatro vezes mais do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), dados do GDF. “É muito importante educar as crianças, os jovens e adolescentes sobre a importância dos serviços que o Cerrado oferece para todos. Muito do calor que estamos enfrentando é por causa do impacto na vegetação do bioma, o desmatamento e alterações ecológicas. Então a destruição da floresta aumenta a temperatura, retém menos umidade e o clima fica mais seco”, opina o biólogo, mestre em botânica e professor do CEUB, Stefano Aires.
Algumas escolas da capital já adotam programas que incentivam a conscientização de estudantes sobre a importância da preservação da natureza. A Escola Eleva de Brasília criou o projeto “Student Reps”, com alunos representantes que vão liderar o debate e buscar soluções em temas relacionados ao meio ambiente, consumo sustentável, reciclagem, entre outros. Os discentes que participam do projeto são das turmas de 4º, 5º e 6º ano do Ensino Fundamental. Cada sala elegeu dois porta-vozes, que representarão os colegas nas discussões e assembléias organizadas pelos próprios alunos.
As chapas – compostas obrigatoriamente por um menino e uma menina – gravaram um vídeo de 45 segundos que foi exibido em sala antes da votação.Após o pleito das classes, os líderes partem para as assembleias de grau completo que ocorrem duas vezes por mês. “O foco está em representar os colegas de sala para fazer mudanças positivas, não em “vencer” para conseguir o que se deseja. O objetivo final é criar ações para tornar a escola cada vez mais sustentável: formar comitês, revisão escolar, planos de ações, avaliações. Cada série vai abordar uma importante questão ecológica”, explica Christian Prendergast, mestre em administração de escolas e coordenador do projeto na instituição.
Os temas foram distribuídos da seguinte forma: 4º ano – uso de energia; 5º ano – água e 6º ano – gestão de resíduos. “Os alunos eleitos vão ter o resto do ano para trabalhar, pensar em ideias de programas e projetos relacionados aos temas. Devem trazer sugestões e um plano de melhorias não só para a escola, mas para a comunidade”, finaliza.