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* Leo Cesar Melo
O Brasil já ultrapassou a marca de 570 mil mortos pela Covid-19, o que representa mais de 10% dos óbitos pela doença no mundo (que soma 4,39 milhões de pessoas). Graças à vacina e ao avanço na quantidade de pessoas imunizadas, nas últimas semanas já foi possível observar uma tendência de queda no número de infectados e de mortos pela doença no país. Mas isso ainda não nos permite deixar de seguir algumas medidas de proteção como o uso de máscara, manter as mãos sempre limpas e evitar aglomerações.
Este cenário de pandemia, no entanto, levou todos a refletirem sobre várias questões relacionadas à vida humana na Terra, como temos nos comportado com as outras pessoas e, principalmente, como cuidamos do nosso planeta. Ou o que estamos fazendo ou deixando de fazer pela sua manutenção e preservação. E é justamente sobre sustentabilidade que desejo me aprofundar. Isso porque, dentre as diversas mudanças de comportamento que estamos vivendo, muitas delas estão refletindo no impacto ambiental de pessoas e empresas.
Não podemos nos esquecer que este “novo normal” influencia muitas reflexões sobre nossas próprias atitudes, que vão além da higiene e saúde. Com as medidas de isolamento social e o aumento do home office, por exemplo, houve a redução do uso de veículos, o que resultou na queda da emissão de poluentes. Um levantamento compartilhado pela Global Carbon Budget afirma que, graças à pandemia, registramos uma queda recorde na emissão de CO2, lançando “somente” 24 bilhões de toneladas do gás, o que equivale a 7% a menos que 2019.
Ou seja, as experiências atuais têm nos motivado a enxergar o mundo por outros olhos, com mais empatia e generosidade, seja para lidar com o próximo, até com o ambiente em que estamos inseridos. Essa visão também está influenciando novos caminhos na governança das empresas, que têm priorizado cada vez mais a sustentabilidade em suas estratégias. Em recente pesquisa da consultoria Grant Thornton, mais de 70% dos empresários brasileiros acreditam no impacto positivo da sustentabilidade nos negócios.
Que as lições duramente impostas pela pandemia, então, nos levem à essa necessária e importante mudança de comportamento. Um passo fundamental para evitar que situações como a que estamos enfrentando agora se repitam. Que todos aproveitem esse momento para repensar a maneira de consumo e de produção e como criar estratégias mais eficazes e menos nocivas para o meio ambiente e, consequentemente, para nós humanos. É simplesmente entender que somos parte de ecossistemas e que temos por obrigação, pessoal e institucional, cuidar deles.
* Leo Cesar Melo – CEO da Allonda, empresa de engenharia com atuação em soluções sustentáveis