Data serve para alertar a sociedade dos impactos causados pelo desequilíbrio ambiental
No dia 16 de março é celebrado o dia da Conscientização para as Mudanças Climáticas. Diante de todo o cenário e impactos que o planeta tem sentido, a data serve como uma pausa para refletir sobre os impactos que as ações humanas têm causado na natureza, além de estimular debates e conversas que combatam a desinformação e o negacionismo.
Hoje, a principal causa para o aquecimento global é a queima de combustíveis fósseis e a emissão de gás carbônico, ambas derivadas de atividades humanas. A queimada das florestas é outro fator que impacta muito as alterações dos ciclos normais nos ecossistemas terrestres. O gás carbônico em excesso dificulta a saída dos raios infravermelhos vindos do sol, provocando uma maior estadia deles na atmosfera e aquecendo o ambiente acima do normal.
Com a elevação das temperaturas, o mar se aquece, produzindo interferência na vida marinha e excesso de água evaporada, além de degelo nos polos e montanhas. O resultado: tempestades cada vez mais fortes, como em Petrópolis (RJ) e Franco da Rocha (SP), derretimento de geleiras milenares, temperaturas altas em países frios como Canadá e incêndios sem precedentes nos EUA.
Mesmo diante de tantas evidências, vez ou outra surgem ideias que insistem em negar os fatos que estão acontecendo. Para Rogério Machado, professor de Química e Meio Ambiente na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), argumentos que apontam que as mudanças climáticas foram inventadas pela ONU (Organização das Nações Unidas), por exemplo, são improcedentes. “O descrédito na Organização geraria o caos mundial”.
“A ONU tem na sua formação, órgão independente de interesse econômico, ou seja, cientistas para estudar e esclarecer a população mundial sobre a situação do planeta, para que possamos viver conforme a situação verdadeira em que nos encontramos. Os países têm a obrigação de relatar as verdadeiras condições de seu meio ambiente, pois disso depende seu desenvolvimento e credibilidade junto a globalização atual”, relata o professor.
No estágio atual em que a crise climática está, Machado acredita ser pouco provável que consigamos voltar ao patamar de um século atrás, uma vez que comportamentos considerados vitais para o ser humano como a intensa industrialização e a locomoção pelo planeta são atividades difíceis de serem revertidas.
Adotando um tom pessimista, o professor afirma que é uma ilusão acreditar que em duas ou três décadas iremos abandonar o uso do petróleo e seus derivados, pois, segundo ele, a matéria-prima está presente na maioria dos processos industriais e continua gerando lucros.
O especialista aponta que o caminho a ser seguido para que a sociedade reverta o atual quadro climático “seria inicialmente mudar ou amenizar a fonte de energia dos meios de locomoção poluentes como carros, caminhões, aviões e demais que dependem do petróleo”. E finaliza: “algo que seria uma atitude corajosa e política é a determinação da diminuição e até cessação da destruição das florestas, o que, hoje, existe mais em palavras do que em atitudes efetivas.”