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Marketing e educação socioambiental como diferencial competitivo

by rafaelteoc

Com criatividade, pequenas e médias empresas podem se destacar e conquistar o consumidor consciente

Josiane Benedet*

 

A pauta ambiental nunca esteve tão em alta como agora, e veio para ficar. A Agenda 2030, com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e os esforços mundiais no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas voltam ao protagonismo com o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris. Governos, empresas e sociedade civil caminhando no mesmo sentido para minimizar os impactos e tornar o desenvolvimento sustentável uma realidade em todo o planeta Terra. 

Neste sentido, consumidores também estão mais conscientes e muitos deixam de comprar de empresas que não estão alinhadas com a sustentabilidade, priorizando produtos e serviços de quem têm responsabilidade socioambiental. De olho nesse consumidor, as corporações têm investido não apenas nas adequações e nas conformidades, mas, também, em marketing ambiental e usado a ferramenta para aumentar suas vantagens competitivas. 

Cada vez mais as pessoas se conectam às marcas por meio de seus valores, e com as necessidades de uso consciente dos recursos naturais isso está mais intrínseco. Porém, muitas marcas vão além de apenas vender e criam uma mudança de hábito, mudança de cultura da nossa sociedade. Isso está acontecendo em corporações que utilizam a educação ambiental por meio da comunicação interna e do endomarketing para conscientizar e engajar colaboradores e gestores, que levam esses valores para suas casas e, junto a suas famílias, adotam e disseminam hábitos sustentáveis, como separação dos resíduos, compostagem, reutilização de embalagens, redução no consumo de energia e de água, entre outros. 

Você deve estar pensando: mas isso é apenas para grandes empresas, que têm muitos recursos…

Não! Tanto o endomarketing quanto o marketing externo focado em sustentabilidade podem fazer parte das estratégias de empresas de qualquer porte. Com criatividade e ações simples, mas que geram resultado, qualquer instituição pode usar as ferramentas do marketing ambiental. Além de se tornarem mais competitivas, estão contribuindo com as metas para tornar a Terra um planeta mais sustentável.

E quando não fazer?

Com tantos benefícios que o marketing ambiental proporciona, muitas empresas estão adotando essa estratégia como diferencial, mas há um ponto importante que deve ser observado: a empresa realmente está adequada? Atende à legislação ambiental? Procura estratégias e inovações para o uso consciente dos recursos, diminuindo o impacto de sua atividade? 

O discurso que não condiz com a prática é chamado de greenwashing (lavagem ou maquiagem verde) em razão da caracterização de ações enganosas.

Atualmente, com a rapidez da divulgação e o acesso a informações, uma campanha enganosa pode ser descoberta facilmente e comunicada ao grande público gerando impactos de mercado, como prejuízo de imagem, redução de credibilidade, perda de clientes, entre outros. Então, antes de começar a usar o marketing ambiental como estratégia, é preciso fazer um levantamento e as adequações necessárias, para só então usar essa ferramenta.

 

5 dicas para pequenas e médias empresas adotarem o marketing ambiental

  1. Certifique-se de que a empresa cumpre plenamente a legislação e as normas ambientais, e que trabalha com práticas sustentáveis em todas as fases envolvidas em sua atividade;
  2. Elabore a política socioambiental com os princípios e os valores ambientais que norteiam a empresa; 
  3. Promova o engajamento dos colaboradores por meio de ações internas e externas sobre o uso de papel reciclado, a gestão dos resíduos sólidos, as estratégias adotadas para minimizar ou neutralizar qualquer impacto ambiental que possam causar, promovendo, assim, uma mudança de comportamento e o verdadeiro desenvolvimento sustentável; 
  4. Depois que os colaboradores estiverem conscientizados e com o discurso alinhado ao da empresa, é a vez de levar o tema para fora. Pode ser realizado um trabalho com a comunidade no entorno, por meio da promoção de palestras (neste momento de pandemia, podem ser lives) de educação ambiental;
  5. Não esqueça que as mídias digitais devem ser aliadas. Inclua no site da empresa uma aba de sustentabilidade ou responsabilidade socioambiental e coloque ali a política ambiental, bem como textos com dicas de educação ambiental. Já nas redes sociais pode-se estabelecer um planejamento de postagens semanais sobre o tema ambiental. 

Lembre-se de que as pessoas são os verdadeiros agentes de transformação dentro da organização. Antes de iniciar ações externas de marketing ambiental para cativar o consumidor, é preciso fazer a lição dentro de casa e cativar primeiro o cliente interno de forma contínua e coerente. 

 

* Jornalista estrategista de mídias digitais. Atua como mentora e consultora de comunicação e conteúdo para empresas e profissionais da área ambiental. Sócia da Eco Mundi Consultoria e Gestão e coordenadora de Comunicação e Planejamento de Marketing do Instituto Eco Habitat.