*Bia Gadia
No momento atual de pandemia em que o mundo vive, a busca por alternativas sustentáveis torna-se uma realidade indiscutível. A preocupação com o meio ambiente é tópico obrigatório e que deve ser levado em consideração em qualquer atividade. Não poderia ser diferente para os arquitetos e engenheiros, afinal, a área determina a maneira como as pessoas vivem no seu dia a dia dentro de casa. Uma das soluções que se provou extremamente benéfica tanto para o planeta, de um modo geral, quanto para os proprietários, é a utilização do EPS, o poliestireno expandido, ou, simplesmente, isopor.
Essa é a construção a seco mais utilizada no mundo e que se destaca quando o assunto é construções sustentáveis por se tratar de um excelente isolante térmico e acústico, um produto de baixo peso, que não propaga chamas, resistente ao envelhecimento, à absorção de choques, à compressão e à absorção de água. O poliestireno expandido (EPS – isopor) tem se tornado uma solução e uma tendência entre arquitetos e engenheiros no mercado brasileiro não só pelo seu potencial ecológico, já que se trata de um material composto por 98% de ar e 2% de plástico, ou seja, totalmente reciclável, como, também, pela economia de recursos e tempo de produção que pode ser contemplada pela utilização do produto em uma obra.
A arquiteta e designer Bia Gadia tem expertise há mais de dez anos na construção em EPS. Como vitrine, ela tem a sua própria casa (projeto-piloto no Referencial Casa GBC Brasil – Green Building Certificate), construída seguindo todos os parâmetros para uma edificação sustentável, desde a sua implantação, o método construtivo em EPS – isopor, o uso racional de água, energia e atmosfera, materiais e recursos, a qualidade ambiental interna, os requisitos sociais, até a inovação. O EPS garantiu uma economia de cerca de 10% no prazo de construção e apresentou uma redução de 5% a 8% no custo total da obra.
A Gadia House, também conhecida como a casa sustentável e saudável de Barretos (SP), foi premiada no 1º Prêmio Habitat Sustentável – Saint Gobain e recebeu a primeira certificação Edificação Pré-Existente no Brasil pelo Healthy Building Certificate (HBC), por projetar e construir seguindo os parâmetros de sustentabilidade e saudabilidade, promovendo saúde e bem-estar por meio do ambiente construído.
Diferenças e vantagens
Mas, afinal, qual a diferença e quais as vantagens de uma obra normal para uma construção em EPS? “Liberdade arquitetônica, versatilidade, baixo custo, isolamento térmico e acústico, resistência contra impactos, sistema antissísmico, à prova de balas, com baixa absorção de água, além de evitar a presença de mofo, fungos e bactérias nos ambientes. O material também possui alta durabilidade e é 100% reciclável. Os blocos de EPS apresentam economia de tempo e mão de obra, rapidez na montagem, resistência mecânica, fácil transporte, são mais leves, resistentes, com redução de 80% de resíduos na obra. São blocos produzidos a partir de processos industriais modernos, com baixo índice ou sem desperdícios e onde tudo é reaproveitado e reciclado”, lista Bia Gadia, criadora do Método CONSEPS – @construindoemisopor.
Ao ser comparado à solução convencional, ou seja, ao bloco cerâmico, o bloco de EPS ganha na estrutura, com menos consumo de aço; na mão de obra, com menos esforço físico necessário; e no transporte, com menos consumo de combustível fóssil. “Por manter a temperatura interna por mais tempo, o consumo de energia elétrica é menor, pelo uso menor de ar-condicionado, por exemplo. Outra contribuição ambiental é o fato de não contaminar o solo, a água e o ar, e, ao ser reciclado, pode ser utilizado novamente como matéria-prima. Após ter cumprido a sua função, o material torna-se um resíduo. No caso do EPS, existem diversas possibilidades para a redução e o aproveitamento”, destaca Bia.
Para aquelas pessoas que ainda têm uma certa resistência à aceitação, por acharem o produto aparentemente frágil ou até mesmo pela preocupação com a propagação de fogo, a especialista dá a dica. “Com os avanços tecnológicos, a fabricação do EPS de classe F é garantida que não gera combustão, além de ser capaz de atuar na construção civil por meio da definição de densidades mais altas, que determinam um produto mais rígido”.
De acordo com a CEO da Bia Gadia Arquitetura e Design, o uso do material não compromete a segurança da construção e está conquistando cada vez mais o seu espaço no cenário atual. “A importância de um sistema construtivo que minimize os impactos ambientais vem crescendo. Prova disso é o aumento do uso do EPS no Brasil. Empresas e pessoas estão desenvolvendo a consciência de que conforto e qualidade de matérias-primas podem estar aliados à sustentabilidade”.
*Bia Gadia, CEO da Bia Gadia Arquitetura e Design